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A Luz por Cima

É como se eu visse o seu corpo
do fundo de uma piscina:
imagem de arder os olhos
por ser veloz, reflexiva.
Não é sequer um corpo, mas a coisa viva,
visão que afoga lentamente a saúde
ou a despedida. Penso que é mulher e corpo,
e me dizem: é isso, e a luz por cima.
Mas não banha o corpo nas águas
(o cristalino trai as suas linhas).
E nem sequer me vê – eu que a vejo em vida:
sem respirar, ainda é minha?
Seria um corpo, se eu o visse
do fundo de uma piscina?

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