L’en-soi n’a point de secret: il est massif.
J.-P. Sartre, L’Être et le Néant
Assim são as coisas.
As coisas não têm hiatos.
Elas se conjugam à minha frente,
sem pudor e sem morte.
Cercado de coisas
tento me desviar do caos
e as coisas teimam.
Não somem nem no silêncio.
O abandono não lhes causa danos.
Não quebram, não rasgam,
resistem ao inferno, ao paraíso e ao cemitério.
Já são milhões, e daqui a alguns anos
as coisas apenas ocorrerão
e será difícil respirar o ar
sem pensar nelas, dentro da vida.