Tem mais valor, viva, a doença:
como se no chão da morte
algo brotasse impaciente;
ou como se nosso corpo
se transformasse num sopro
de gás, devorando o rosto.
Mais vale a dor de repente:
súbito tiro que invade
uma casa em que o ladrão
encontra o roubo já pronto.
Pois muito comum à dor:
é desprezar a inocência.