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Lendo o Mapa

A viagem confirma: outros estiveram aqui
e você veio vê-los, em confiança,
e agora se move nas curvas
e no relevo suave. Você pratica
primeiramente os nomes, antes de chegar aos lugares.
Depois, diante da cidade, começa a pensar nos romanos
com sutileza acintosa: afinal, quem mandou matar
e erguer o Império, e profanar todos os dias?
Procura um aqueduto ou a estátua,
e tudo estará ali, reunido, no ponto
colorido sob os dedos. Mas a vontade
de viajar dardeja ainda mais,
e um traçado contínuo vai afastando
o tempo e o espaço. Uma lagoa à direita
ficará para depois, irremediável
e incrustada no papel como um amuleto.
Você alcança outras zonas com estratégia,
e vai construindo a sua chegada
como o peão que avança, o cavalo
na casa do bispo. Há muito tempo
você vigiava esse contorno em azul metileno
e à tarde está dentro dele:
um animal solto no vilarejo? mas nem apontam
quando você passa, e você acolhe no mapa
um outro destino, sabendo que a página seguinte
revela o mar, sem qualquer ilha ou contemplação.

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