O erro é a causa de tudo.
Das mãos pantanosas, do olhar com gravata,
da miragem possuída pelo vento.
O erro: dobra a esquina
das mínimas coisas: o erro
causa a dissolução da fa-
mília, ainda que muitos
irmãos por ela se batam.
O erro a que estamos expostos
sob a caústica lâmina do dia.
O erro que pulveriza.
E é preciso errar – erro de dúvida,
erro que mal sabemos tão feroz
na concha em que o sal logo adormece.
Comunicar ao corpo que o erro existe,
indevassável,
sinuoso trapézio,
pêndulo de vermelha harmonia.
Não é na palavra clara
que a verdade está fundada:
todas as respostas
estão no erro.