É sempre assim tua carícia:
dedos de abertas superfícies;
corpo de pele que respira;
a palavra suor: a vida.
Carícia de metal-pelúcia,
duas placas plangentes que
patinam sobre as asperezas
quando as asperezas se deitam.
Carícia que arranha a loucura
com as unhas; com saudade; arde.
Só nasci para morrer nisso;
palavra alguma chega perto.
Feita de carne e de silêncio,
de ritmo lento e de segredo,
sinto a ferro em brasa o braço a
perna o cabelo desfazendo
o que a carícia vai fazendo.