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Polanco

para a Débora e o Sérgio

A noite de Polanco é das casas:
todas acesas, como se queimassem,
e o frio das ruas que se cruzam
ainda mais vigilante: ainda mais frio.

Na Torre do Relógio há quase nada:
nem as horas valem, pois é quase noite,
e o assunto já acabou há muito tempo.

Todas as ruas em silêncio
como se alguém estivesse escrevendo.

E nem os motoristas sabem disso.


Cidade do México, 1991

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