Um homem na praça – o crente –
berra Deus e cospe Deus.
Ao clamar louvado seja,
não louva: acende crateras.

Gritar é um modo de amar?
Toda verdade tem raiva?
(Suas palavras parecem
sarça ardente na garganta).

Um homem se abraça – o Cristo –
à Bíblia que traz, sofrendo
porque nem todos se ajoelham
ao pé da cruz de seu corpo.

Em torno dele se vê,
de um modo mais do que aflito,
ao mesmo tempo, esse quadro:
o crente, o Cristo – e o castigo.