Cama desfeita, mulher
deitada, mulher dormindo,
luz sobre a cama, e seu corpo
solto entre as dobras do pano.
Mulher no branco, mulher
no centro, súbito sono,
pousada no exílio, enquanto,
mais lenta, respira o tempo.
Corpo de tudo o que me lembro,
de estranha pele, de estanho,
metal ou folha metálica
que faz a tarde mais flácida.
Dorme o sono que inventou,
geometria bem mais vaga,
entre coisas sem vapor,
entre coisas sem palavras.
Sono que deita e se espalha,
mulher sem fim, mulher mais
dedicada à própria vida,
mais estendida, mais nádegas.