A morte um medo impávido nas grades, barroco
inferno esparramado pelos céus:
de todos os cavalos que conheço,
só este me levou ao que foi meu.
A morte sobre o mito sobreveio
na prata que explodiu de um avião: a morte luminosa
assim a cor azul, desprevenida,
pôs sobre Orfeu a culpa da invenção. Jorge de Lima
E o que tiveste, corpo dissecado,
que não abrigas mais o grito pálido?
Sentes que o mês presente te assassina, diálogo
e a dor badala um sino que anuncia
qualquer palavra amarga, já sem fausto,
ou sopro já sem náusea, ode ou hino. aparição do poeta