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Nelson Ascher apresenta a edição brasileira de Briggflatts


Uma poesia como a de Bunting é quase o oposto da maior parte da lírica linguaruda que se escreve em nosso país. E a boquirrotice desta se manifesta independentemente da extensão de seus produtos, pois, se Os Lusíadas são concisos, na medida em que não há neles uma palavra excessiva, entre nós até os haicais têm, na sua maioria, pelo menos três versos sobrando. Trazido à nossa terra de palmeiras esguias e de poesia balofa, “Briggflatts” funciona como um modelo de regime: A Dieta Revolucionária do Dr. Bunting. E, claro, a primeira aplicação dessa dieta é sua própria tradução. Vale a pena enfatizar que o tradutor manteve o texto exemplarmente esbelto, magro e sutilmente musculoso.

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Resenha de Marina Della Valle sobre Briggflatts no Valor Econômico

É um daqueles casos tão comuns: um autor estrangeiro de importância indiscutível ainda pouco conhecido no Brasil. Assim, a primeira publicação de Briggflatts, do modernista inglês Basil Bunting (1900-1985), no país, 50 anos após ser lançado, em 1966, é algo digno de celebração: o leitor brasileiro é finalmente apresentado à obra mais significativa de um poeta que arrebanhou uma série de admiradores, de Ezra Pound a Allen Ginsberg.

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Resenha sobre Taturana na Folha de S. Paulo


O melhor de Taturana está justamente nos trechos que mais acentuam essa tensão entre a depuração técnico-formal do poema e as formas de vida que, calcadas sob a beleza gráfica da página, parecem repeli-la. É o caso, por exemplo, dos poemas que tratam da recente situação política do país, como “desmatamento”, com seu antislogan: “TRONCO TRONCO TRONCO”. Ou, então, “Tabela do Campeonato”, que, imitando a folha contábil de uma velha impressora matricial, faz o balanço dos crimes da ditadura, expondo, também, a cínica cumplicidade da sociedade civil com o regime.

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Matéria do Correio Braziliense sobre Taturana


Foi preciso um processo de depuração para chegar aos poemas visuais de Taturana. Há muito Felipe Fortuna queria fazer poesia visual, mas sempre se encontrava preso à ideia de que o gênero precisava seguir os ditames proclamados pelo movimento concreto nos anos 1950. “Sempre pensei em fazer, mas nunca aconteceu porque a poesia visual no Brasil está muito relacionada ao movimento concreto. Mas a poesia visual tem, pelo menos, 3 mil anos. Tem elementos dela até no Egito antigo. Quando me libertei da ideia de que esse tipo de poesia só existia no concretismo, consegui fazer”, conta.

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Entrevista para o Programa Letra & Margem

Nos 30 anos da estreia em livro, com os poemas de Ou vice-versa (1986).

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Silviano Santiago apresenta O mundo à solta


Entregue à própria sorte. O mundo gira. Entregue ao acaso dos ventos ideológicos, das explosões fratricidas e das misérias locais. O mundo está à solta. Não como balão ou papagaio, cabelo feminino ou pássaro de canto alvissareiro. “O planeta tem raiva”. Está à solta como cavalo liberto das rédeas ou goela de cão hidrófobo ou drone em missão de rapina. “Não há mais deuses secretos / seitas cifras tarôs. / Tudo ficou aberto”.

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José Castello escreve sobre O mundo à solta


Nenhum leitor é puro. Isso não existe. Leituras se misturam, interferem umas nas outras, se contaminam. Acontece comigo agora, enquanto leio “O mundo à solta” (Topbooks), novo livro de poemas de Felipe Fortuna. Vejam o meu caso. Para um projeto pessoal, ando envolvido com a leitura da obra poética de Hilda Hilst. Atordoado e hipnotizado pela escrita intensa de Hilda. Aí o livro de Felipe me cai nas mãos. Impossível ler “puramente”. É com a mente ainda agitada pelas palavras de Hilda que eu leio Felipe. Leituras nunca são puras também.

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Noemi Jaffe resenha O mundo à solta para a Folha de S. Paulo


Um dos dilemas de quem escreve poesia é como tematizar o real – sempre terrível – e ainda manter ativo e sutil o corpo da linguagem. Muitos dizem que o próprio ato poético é, em si, político, independentemente do objeto abordado. Ainda assim há os que optam pelo tratamento de temas engajados como a injustiça social, atentados terroristas, indústria de armamentos, sem, com isso, abrir mão da forma poética. É o caso de Felipe Fortuna, em seu novo “O Mundo à Solta”.

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Entrevista de Felipe Fortuna para o Correio Braziliense

Não adianta mais os poetas se refugiarem em alguma torre de marfim. Elas podem ser bombardeadas, implacavelmente, por um atentado terrorista. Os movimentos são monitorados pelo GPS. Estão ao alcance de balas perdidas. Se enviar um e-mail ou telefonar, a mensagem corre o risco de ser interceptada. A globalização explode, a cada instante, nas retinas com imagens de violência. Se é improvável fugir, os poetas podem deixar ao menos o registro da perplexidade em face da escalada vertiginosa dos acontecimentos.

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Três poemas novos de Felipe Fortuna na revista eletrônica Pessoa


Royal Ascot; Moscou, a Capital; Terra Arrasada. Leia aqui

Gerald Thomas escreve sobre A mesma coisa para a Ilustrada


A mesma coisa, de Felipe Fortuna, apesar da insistência do autor, está longe, muito longe de ser uma qualquer “mesma coisa”. Já na primeira página eu me surpreendo com algo assim: “Eu me repito / mesmo / quando não copio.” Eu poderia escrever mil páginas (pra ser mais preciso), dependendo de qual prisma ou antiverso eu quisesse usar, seja via Ulysses de Joyce ou de Galáxias de Haroldo de Campos ou mesmo via Ezra Pound e seus Os Cantos, a respeito desse pequeno trecho, somente desse pequeno trecho acima. Ele vem a ser a longitude e a latitude, enfim, a bússola que nos traz aos tempos de hoje / agora / now/ o presente imediato, com nossas crises de identidade entre ocidentes e orientes, Ásia desloucada e deslocando o eixo de tudo e recomeçando tudo, especialmente a China com a questão do lixo, da reciclagem e da ascensão à classe média e ásias, náuseas, com os pólos derretendo e uma globalização fazendo dos CEOs os Rei Lears que vemos na TV. Não é fácil. E não há antiácido que chegue.

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Poema de Antonio Carlos Secchin


No domingo passado, dia 3 de fevereiro, o poeta, crítico literário e diplomata Felipe Fortuna comemorou seu aniversário em almoço, no Restaurante Don Camillo, à Avenida Atlântica, ao lado de 50 amigos. Na ocasião, o poeta, crítico literário e acadêmico Antonio Carlos Secchin leu o seguinte, delicioso poema que compôs em homenagem ao aniversariante.

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Millôr Fernandes escreve sobre uma descoberta de Felipe Fortuna


Na sua seção do jornal O Dia, em 2000, o humorista se dá conta da linha que poderia seguir. Ou de que sempre enrolou o próximo.

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No site de Antonio Miranda


Felipe insurge-se contra o “texto sem opinião”. Sem assumir o papel deliberado de promotor cultural e de adotar o estilo às vezes didático do Mário Faustino, e sem chegar aos extremos culteranos e ostensivamente eruditos de José Guilherme Merqiuor, Felipe Fortuna dá seu recado de forma mais contundente, e arriscando uma veia crítica que deveria sempre fazer parte da crítica literária. Crítica em seu sentido epistemológico e interpretativo.

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Gabriel Perissé escreve sobre Felipe Fortuna


Existem certas pessoas que surgem em nossa vida e de algum modo se tornam personagens obrigatórios de nossas lembranças, exerçam elas o papel de antagonistas ou de coadjuvantes.Quando, no início da década de 1980, entrei na Faculdade de Letras, na UFRJ, conheci o poeta Felipe Fortuna, com quem visitava sebos e livrarias, com quem travei algumas polêmicas (polêmicas pueris, mas que anunciavam o nosso desejo de pensar por conta própria), a cuja defesa de mestrado na PUC eu assisti (na banca, o poeta Affonso Romano de Sant’Anna), cujos artigos no Jornal do Brasil e na Folha de S. Paulo eu li, cujos livros eu tirei da estante agora, e estão aqui ao meu lado.

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